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Utentes "vão deixar de ter dinheiro para pagar medicamentos essenciais"

14-10-2010 11:27

Utentes "vão deixar de ter dinheiro para pagar medicamentos essenciais"

 Publicação: 29-09-10  13:54 in SIC

A indústria farmacêutica acusou hoje o Governo de estar a criar um problema de saúde pública, considerando que os utentes vão deixar de ter dinheiro para pagar medicamentos essenciais.

Para a Associação da Indústria Farmacêutica (Apifarma), a partir do dia 01 de Outubro, os doentes vão pagar o dobro ou o triplo por medicamentos anti-ulcerosos, anti-inflamatórios e anti-depressivos.

"No regime geral os doentes vão pagar o dobro e no regime especial vão pagar o triplo", sublinhou o presidente da Apifarma, João Almeida Lopes, numa audiência hoje na Comissão Parlamentar de Saúde.

Para a indústria, com a alteração dos escalões de comparticipação dos medicamentos "pode criar-se uma situação verdadeiramente dramática".

"Vamos ter um problema sério de saúde pública. As pessoas pura e simplesmente vão deixar de ter dinheiro para estes medicamentos", afirmou o presidente da Apifarma.

As estimativas da indústria indicam que as Farmacêuticas vão, num ano, facturar menos 180 milhões de euros, enquanto os utentes pagarão mais 170 milhões de euros.

Os outros agentes da cadeia do medicamento verão as receitas baixar entre os 50 e 60 milhões de euros.

João Almeida Lopes calcula que haja uma transferência de verbas de cerca de 400 milhões de euros do Estado para os utentes e para o sector do medicamento.

Subida de preços "ataca" doenças crónicas. Os aumentos que se sentirão de forma mais acentuada nos bolsos dos doentes dizem respeito a
três grupos de fármacos para doenças crónicas:

anti-ulcerosos;

anti-inflamatórios;

anti-depressivos.

Na sua intervenção na comissão, o deputado do Bloco de Esquerda João Semedo acusou o Governo de ter um "discurso demagógico e mentiroso" em relação à política do medicamento.

"O que a Sra. ministra diz não é verdade. O Governo necessitou de cortar despesa e quer-nos convencer que as medidas tomadas são boas para todos", frisou o deputado.

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