Actualmente, os hidrocarbonetos são a fonte de energia mais importante e indispensável para as necessidades e o desenvolvimento dos países.
Os hidrocarbonetos, sob a forma de gás natural ou de petróleo, formam-se e acumulam-se no subsolo ao longo de milhões de anos.
Estes hidrocarbonetos resultaram de transformações físico-químicas que ocorreram ao longo de milhões de anos e que levam à formação de rochas sedimentares (o petróleo e o carvão são rochas sedimentares biogénicas). Os agentes erosivos, como a chuva, o vento, o gelo, os rios, os mares e os seres vivos desagregam e alteram continuamente as rochas superficiais cujos detritos se depositam no fundo do mar, formando camadas sobrepostas de sedimentos.
Fig. - Consequências da erosão provocada pelo vento.
Os restos dos seres vivos, como o plâncton, que morrem, sofrem deposição. É a deposição destes detritos biológicos, dos sais minerais precipitados e dos detritos rochosos, que ao se acumularem irão manter os restos dos seres vivos num meio anaeróbio (sem oxigénio) permitindo a sua transformação em hidrocarbonetos ao fim de milhões de anos.
Fig. - Plâncton.
As transformações destes restos orgânicos, ao fim de milhões de anos, só poderão ocorrer se no momento da deposição o meio em que se encontram for calmo (com correntes pouco fortes e pouca ondulação), se houver movimentos rápidos de subsidência e se as rochas circundantes tiverem as características necessárias para prover um meio anaeróbio e impermeável aos depósitos orgânicos.
Os locais mais propícios para o cruzamento destes factores importantes, que permitirão a formação do petróleo e do carvão, são as zonas pantanosas (rápido afundamento dos restos de seres vivos mortos, meio anaeróbio - após afundamento -, correntes e ondulação praticamente inexistentes).
Fig. - Pântano.
Ao longo das Eras Geológicas, as placas tectónicas têm-se movimentado, tendo como consequência o desaparecimento de oceanos e o surgimento de outros noutros locais, o afloramento de antigos fundos marinhos à superfície e a invasão de certas regiões continentais pelo mar, entre outras.
Fig. - Placas tectónicas.
Como consequência destas constantes mutações, os sedimentos que se depositaram anteriormente podem, sob o efeito de forças tectónicas, sofrer deformações e dar origem a estruturas geológicas, como falhas e dobras. As rochas sedimentares que contêm hidrocarbonetos e água, ao sofrerem modificações mecânicas, levam a que os hidrocarbonetos, que são menos densos que a água, se desloquem para zonas superiores da rocha (migração do petróleo).
Fig. - Armadilha petrolífera (dobra).
Fig. - Armadilha petrolífera (falha).
Os meios mais favoráveis ao aparecimento de rochas-mãe do petróleo e do gás natural (são sedimentos que, tendo encerrado nos seus poros uma quantidade apreciável de matéria orgânica morta, permitiram nesse local a formação de petróleo e gás) são meios, geralmente, aquáticos.
Ao migrarem da rocha-mãe, os hidrocarbonetos, caso atravessem uma rocha sedimentar porosa e permeável (arenito - areia consolidada), a rocha – reservatório, mas que se encontra coberta por uma rocha impermeável (argilito - argila consolidada; sal-gema), a rocha-de-cobertura, ficam aprisionados numa estrutura que se denomina de armadilha petrolífera, donde é depois extraído o petróleo.
Fig. - Extracção do petróleo.
Video: "Petróleo e outros derivados"
Uma questão de sobrevivência…
O petróleo (e os hidrocarbonetos em geral) é um dos produtos comercias com maior consumo no planeta Terra. Em finais da década de 1960-1970, o consumo mundial era de cerca de 2,5 biliões de toneladas por ano, e nos últimos anos estima-se que haja um aumento anual de cerca de 10% no consumo destas matérias-primas; actualmente os derivados do petróleo correspondem a cerca de 50% da totalidade de produtos comercializados no mercado mundial. A gasolina, o gasóleo, o querosene (petróleo utilizado nalgumas lâmpadas) e o fuelóleo equivalem a cerca de 80% do consumo energético nas actividades industriais, nos transportes e no conforto do Homem (aquecimentos, …).
Fig. - Uma possível situação em caso de escassez de petróleo.
O petróleo é, pois, um recurso natural que é não renovável à escala humana, na medida em que os processos envolvidos na sua formação demoram em média 10 milhões de anos (a maioria do petróleo utilizado actualmente tem cerca de 60 a 150 milhões de anos). De acordo com o actual ritmo de exploração petrolífera, estima-se que as reservas que existem se irão esgotar num prazo não superior a 50 anos. Por este motivo há que investigar, de forma intensiva, outras fontes de energia alternativas ao petróleo, como a energia eólica, a energia solar, a energia das correntes e das marés, a energia hídrica, a fissão nuclear e a geotermia.
Fig. - Energias renováveis.